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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

O mito da caverna

"A caverna é o mundo sensível onde vivemos.  O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira  (do Bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros.  As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricadores de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do ser  isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões, nem mover-se com engenho no interior das aparências e ilusões. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois um ato de libertação e iluminação. A Paidéia filosófica é uma conversação da alma voltando-se do sensível para o inteligível. Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma por natureza possui em si mesma a capacidade para ver". Marilena Chauí.

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